Sugestão de leitura - Karma Cola

Nos anos 60, o Ocidente adotou a Índia como o seu mais recente resort espiritual. Num ápice, os Beatles faziam vénias aos pés de Maharishi Mahesh Yogi. Hippies expatriados levavam a vilas inteiras os prazeres do sexo em grupo e drogas injectáveis. E indianos que estavam acostumados a adquirir a iluminação à maneira antiga estavam a perceber que os visitantes queriam o seu Nirvana agora - e que muitos gurus nativos estavam dispostos a dá-lo.

Ninguém como Gita Mehta observou a invasão da Índia pelos ocidentais. Em Karma Cola a aclamada romancista lança um resoluto olhar jornalístico aos esgotados sadhus e esgotamentos beatíficos causados pelo consumo de ácidos, a Bhagwan e Allen Ginsberg, a raparigas inglesas que viajam em culpa e um guru que ensina aos turistas ingênuos como verem as suas prévias encarnações. Brilhantemente irreverente, hilariante, sóbrio, e sábio, o livro de Mehta é um epitáfio definitivo da era do turismo espiritual e todas as suas casualidades - tanto Orientais como Ocidentais.

Crítica do leitor:

Cheguei a este livro um pouco tarde aquando da sua publicação, e apesar da história estar ultrapassada em relação aos buscadores em massa que invadiram a Índia nos anos 60 e 70, os ocidentais ainda buscam a "sabedoria do oriente", e este Karma Cola não perdeu o seu apelo. Este é um olhar colérico, crítico e sarcástico à fúria por paz interior que levou muitos buscadores aos cuidados psiquiátricos, e muitos gurus ao banco. É também um livro cheio de tristeza à medida que Gita Mehta castiga e está de luto - pelas tradições espirituais do seu país serem colocadas no supermercado da última moda; e pelo ingênuo que acredita que a árdua conquista de auto-conhecimento pode ser obtida através do toque da mão do professor - ou por um apêndice menos visível. Finalmente, é verdade que se não se consegue encontrar a paz e o amor em casa provavelmente também não os encontraremos na Índia. Para além disso, seis mil anos de história cultural e espiritual não deveriam ser profanadas." Richard Wells

Gita Mehta é uma escritora indiana, nascida em 1943, Delhi. Produziu e/ou realizou 14 documentários televisivos para estações europeias e norte americanas. Publicou, até ao momento, Karma Cola, Raj, Snakes and Ladders, A River Sutra e Eternal Ganesha. Os seus livros foram traduzidos em 21 línguas. Gita divide o seu tempo entre Nova Iorque, Londres e Nova Delhi. Texto retirado de Amazon e traduzido pelo autor.