Festividades Hindus em Fevereiro

Mahāśivarātri, a grande noite de Śiva - ou simplesmente Śivarātri – é uma festividade Hindu dedicada a Śiva, uma das divindades da trindade Hindu, que se celebra todos os anos no 13º ou 14º dia da Lua minguante do mês Hindu Phālguna (Fevereiro-Março). De acordo com a tradição, Śiva casou com Pārvatī neste dia. Este ano, de acordo com o calendário Gregoriano, esta festividade ocorre a 12 de Fevereiro.

Os devotos celebram esta ocasião, justamente antes da Lua Nova, durante o dia mas também com uma vigília noturna com jejuns completos ou com frutas e uma pūjā especial, permanecendo sempre junto ao altar. Para esta celebração são muitos os peregrinos que se deslocam aos templos de Śiva. À noite, o Śiva Lingam é banhado a cada três horas com leite, mel, água de rosas, pasta de sândalo e decorado com flores, enquanto decorre o canto do mantra "Om Namaḥ Śivaya".

No boletim informativo deste mês do Vidya Mandir pode-se ler: “Śiva é a o aspecto do Todo relacionado à destruição. Toda a forma tem um nascimento, uma duração e, finalmente, uma dissolução. Esta capacidade de dissolver é Śiva, aquele que é auspicioso e que remove todo o sofrimento e ignorância. Várias são as histórias e os aspectos desta divindade tão conhecida. Sendo o Mahayogi, o maior entre os Yogis, Śiva é adorado pelos seus devotos por meio de grandes disciplinas, que ajudam na preparação da mente para o autoconhecimento.”

Holi, também conhecido como Festival das Cores, é a festa da Primavera dos Hindus e ocorre 10 dias antes da Lua Cheia do mês Phālguna, mas, normalmente, apenas se comemora nos últimos três ou quatro dias que levam à Lua Cheia. Svāmi Śivānanda refere que: “Na Primavera as árvores enchem-se de flores perfumadas que proclamam a glória e eterna beleza de Deus e inspiram esperança, alegria e uma vida nova que nos levam a descobrir o Criador que habita em nós, que se esconde nestas formas.” De acordo com o calendário Gregoriano, este ano, esta celebração ocorre a 28 de Fevereiro. Holi alude à história em que a demónio Holika foi destruída. Numa versão dos acontecimentos, este demónio apesar de ter o poder de resistir ao fogo foi queimada numa pira enquanto segurava Prahlad nos seus braços. Prahlad escapou ileso devido à sua fé em Viṣṇu. Esta história relembra-nos que os devotos de Deus serão poupados e aqueles que torturam os devotos serão reducidos a cinzas.

Para celebrar a vitória do bem sobre o mal, no norte da Índia as pessoas atiram, alegremente, água colorida e pó colorido umas às outras. Grandes fogueiras são acesas, nesta altura, e grita-se bem alto “Holi-ho! Holi-ho!”. É também uma altura para fazer uma limpeza profunda em casa e queimar coisas velhas. As crianças brincam, pregam partidas e dançam nas ruas. Para além disso, é altura para intensificar orações, reuniões religiosas, Satsangas, Kirtans, peregrinações, banhos nos rios sagrados e ajudar os mais pobres. Svāmi Śivānanda sustenta que: “Holi é também 'sacrifício'. Queime todas as impurezas da mente como egoísmo, vaidade, luxúria, etc., através do fogo da devoção e conhecimento. Acenda o amor cósmico, a piedade, generosidade, abnegação, veracidade e pureza através do foga da prática do Yoga. Este é o verdadeiro espírito do Holi."


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Bibliografia:
Svāmi Śivānanda, "Hindu Fasts & Festivals", The Divine Life Society, Tehri-Garhwal, Índia. ISBN 81-7052-039-8.

Escrito por Gustavo Cunha, para Yoga Vaidika. Última revisão 20/01/2010. Imagem de topo propriedade de Himalayan Academy, usada sob licença Creative Commons.

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